A história dessa linhagem familiar remonta ao século XIV, tendo como ancestral mais antigo documentado o Rabino Yuda Baquiz. Acredita-se que o sobrenome Aguiar tenha se originado da família Guedes, com D. Pedro Mendes de Aguiar adotando-o da vila de Aguiar, em Trás-os-Montes, Portugal. O brasão da família destaca-se por uma águia vermelha estendida sobre um campo dourado. Uma parte considerável da ascendência desta família é de origem judaica, incluindo figuras como Abraham Sênior e Rui Nunes Ximenes.

Eventos históricos cruciais, como a expulsão dos judeus da Espanha em 1492 e as perseguições da Inquisição em Portugal, exerceram grande influência sobre a família. Muitos judeus ibéricos converteram-se ao catolicismo, tornando-se "cristãos-novos", e alguns buscaram refúgio no Brasil, onde eram identificados como "gente da nação". O casal Branca Dias e Diogo Fernandes representa um marco importante para o ramo brasileiro da família. Branca Dias foi condenada pela Inquisição em 1543, mas dedicou-se posteriormente à educação de meninas e ao cultivo de terras no Brasil.

A família Aguiar prosperou no Ceará, com Massapê, Sobral e Camocim configurando-se como o berço de sua presença na "terra de Iracema". A chegada da família Carrasco ao Ceará foi essencial para esse florescimento. Manoel Vaz Carrasco e Silva, apelidado de "Pai das Sete Irmãs," estabeleceu-se na Fazenda Lagoa Seca, no vale do rio Acaraú. As "Sete Irmãs" – Maria de Goes Vasconcelos, Sebastiana de Vasconcelos, Maria Madalena de Sá, Inês Madeira de Vasconcelos, Rosa de Sá e Oliveira, Brites de Vasconcelos e Ana Maria de Vasconcelos – descendentes de Manoel Vaz Carrasco, foram fundamentais para a vasta prole da família na Ribeira do Acaraú, conectando a linhagem Aguiar à nobreza da Holanda, Portugal e Espanha.

No século XIX, destacaram-se Miguel Domingos Aguiar e seus irmãos, como Antônio Lopes do Espírito Santo, Cândido Lopes de Aguiar e Francisco Lopes de Aguiar. Eles eram conhecidos por sua tez clara (indicando herança predominantemente portuguesa), por sua dedicação à agricultura e por sua intensa fé católica. Os fortes laços familiares, combinados com as dificuldades de locomoção da época, frequentemente resultavam em casamentos entre parentes. O ramo conhecido como "Aguiar Pecado" também surgiu a partir de Francisco Domingos Aguiar, filho de Miguel Domingos. A importância das mulheres na família é constantemente ressaltada, seja no trabalho ou na educação dos filhos, sendo Branca Dias um exemplo notável de mulher altiva, trabalhadora e mãe.

Essa jornada genealógica tem o propósito de honrar os ancestrais e oferecer às gerações atuais e futuras um valioso recurso de pesquisa, com a convicção de que compreender o passado ilumina os caminhos para o futuro.

Fonte bibliográfica:

• AGUIAR, Francisco Ayrton de; AGUIAR, José Anastácio de Sousa. Família Aguiar: 7 Séculos de História. Fortaleza: Gráfica LCR, 2005.